A quarta semana de depoimentos da CPI da Covid, no Senado Federal, será aberta nesta terça-feira (25) pela secretária do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro. A depoente, no entanto, deve se calar quando o assunto for o colapso verificado com a falta de oxigênio em Manaus, no início de 2021.
Ela obteve no STF (Supremo Tribunal Federal) um habeas corpus, em 18 de maio, autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, que lhe permite ficar em silêncio sobre o tema.
Um dia antes, em entrevista ao R7 Planalto, a executiva garantiu que vai "contar a verdade, os fatos reais". "Aqueles que nunca tivemos a oportunidade de falar. A população recebe narrativas que nem sempre condizem com a verdade", frisou. "Faço questão de aproveitar a oportunidade e falar a verdade para 210 milhões de brasileiros", acrescentou.
Mayra, secretária do departamento de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde da pasta comandada hoje pelo ministro Marcelo Queiroga, é acusada de ter aproveitado a crise sanitária amazonense, ainda na gestão de Eduardo Pazuello, para defender a cloroquina e pôr em funcionamento um aplicativo que indicava o remédio a pessoas que tivessem os primeiros sintomas de Covid-19.
Em seu depoimento na semana passada, o ex-ministro da Saúde Pazuello declarou que a sugestão de uso da plataforma foi da secretária. Afirmou, entretanto, que o serviço nunca foi lançado oficialmente e que um hacker o roubou, colocando-o no ar ilegalmente. Mayra Pinheiro é um dos alvos na ação do Ministério Público Federal no Amazonas que apura a responsabilidade e as omissões do poder público no colapso do sistema de saúde local.
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