A morte de Ary Moura, deixa um vazio na política leopoldense poucas vezes vista na história de São Leopoldo. Atual vice-prefeito e diretor-geral do Semae e principalmente, a maior liderança do PDT municipal e um dos maiores do estado, vai precisar de muito tempo para ser preenchido, se é que algum dia será. Ary Moura, não foi um político comum e fez de sua jornada pública uma marca pessoal como poucos tiveram talento para fazer.
Com seu jeito “manhoso e caudilhista” tratava seus oponentes como adversários e nunca como inimigos políticos. Todos sabiam que ele era um homem leal no que era possível dentro do quase vale-tudo da política. Ary Moura era um tipo ímpar e sabia como poucos ocupar um espaço no dia a dia da política leopoldense há pelo menos 40 anos. Mesmo sem mandato e aparentemente “afastado” do seu PDT do coração, seu nome sempre estava no protagonismo de qualquer conversa ou articulação no seu campo ideológico. Muitos não entenderam ou desafiaram esta força e em sua maioria acabaram sucumbindo diante de um cara sempre pronto para uma boa peleia em seu partido e que em regra, não entrava na disputa para perder. Ary, sabia jogar o jogo da política como poucos.
Em uma de nossas boas conversas, não me recordo se antes ou depois do seu tradicional convite para eu me filiar no PDT, Ary Moura me falou o seguinte: “Bado eu estou no melhor momento de minha vida pessoal e política”. E realmente estava. Eleito recentemente como vice-prefeito de São Leopoldo e comandando o Semae, consolidava sua candidatura para participar da eleição de 2024 como candidato a prefeito.
Ary Moura como todo bom político, formatou um personagem raro que praticamente era a sua realidade. Ou seja, o "personagem" e o Ary real eram muito próximos. Ele não fazia tipo só em campanhas e este foi sempre seu comportamento. Ele não fazia cara de nojo depois de abraçar as pessoas mais simples e humildes que eram a grande maioria de seus eleitores. Estas pessoas, tinham acesso ao portão de sua casa e lá as recebia com o maior carinho e dedicando o tempo necessário para ajudar a resolver seus problemas. Suas visitas por mais simples que fossem, eram recebidas com o carinho e respeito que ele tinha por todos que em sua porta batiam. Ary Moura beijava e abraçava com o mesmo carinho, antes, durante e depois das campanhas. Ary Moura, era povão mesmo.
Há poucos meses, durante sua fala em um evento da prefeitura, eu fiz um registro fotográfico que achei muito legal e com a cara e estilo de Ary Moura onde consegui, captar seu gesto mais tradicional em suas manifestações políticas. No mesmo evento, mostrei a foto para ele que sem pensar duas vezes chamou seu pessoal de comunicação e sugeriu que aquela foto ficaria legal para seu material de campanha das próximas eleições que disputaria. Infelizmente, a foto não poderá ser usada para sua próxima campanha, mas considero um consolo e um presente em ter tido esta oportunidade de fazer este registro. A foto está nos arquivos e espero que aí no outro plano, meu querido amigo Ary Moura, você já esteja se situando no ambiente e com certeza matutando alguma articulação política para desde já, se tornar um líder aí do outro lado.
Ary Moura, foi um diferente como poucos na história política de São Leopoldo e com certeza, deixa um grande legado e também um grande vazio no contexto político leopoldense. Rogo que o Eterno ilumine a sua passagem para o outro plano e principalmente, conforte a família e seus tantos amigos.
Bado Jacoby, é diretor do Grupo Start de Comunicação
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