Antibióticos, antialérgicos, analgésicos, anti-inflamatórios e xaropes para tosse – remédios para covid-19 e doenças de inverno – são as medicações mais em falta em drogarias, hospitais e farmácias do Sistema Único de Saúde (SUS) do Rio Grande do Sul, mostra levantamento do Conselho Regional de Farmácia gaúcho (CRF-RS). A pesquisa, feita de forma online ao longo de três semanas com farmacêuticos que atuam na iniciativa privada e no setor público, questionou se faltavam remédios nas farmácias onde os profissionais atuam – se sim, quais as medicações.
O desabastecimento é maior em drogas usadas contra covid-19 e doenças respiratórias do inverno, mas profissionais ainda relataram falta de soro fisiológico, utilizado como “veículo” para aplicação de remédios em pacientes hospitalizados.
A CRF-RS destaca a falta de antibióticos para crianças, situação presente há meses e vivenciada pela empresária Betina Maier, de 35 anos, moradora de Novo Hamburgo. Em maio, ela levou a filha Morena, de nove meses, ao hospital, onde a menina foi diagnosticada com bronquiolite, pneumonia e infecção urinária. O médico comunicou: a criança só teria alta se a mãe comprasse, na farmácia, um antibiótico para seguir o tratamento em casa – o remédio, entretanto, estava em falta.
Motivo
O Brasil depende de importação de matéria-prima para fabricar remédios - mais de 90% dos ingredientes vêm da China e da Índia. Como os lockdowns impostos pelo governo chinês na política de “covid zero” pararam cidades de grandes indústrias farmacêuticas, caiu a oferta de matéria-prima global e também de embalagens de vidro e plástico para envasar remédios e soro fisiológico.
Ainda no cenário internacional, a guerra entre Rússia e Ucrânia afeta a cadeia logística mundial de portos e aeroportos. Uma saída para o problema é investir na produção nacional de medicamentos em laboratórios públicos e universidades, afirmam pesquisadores.
Fonte: GZH
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