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Alunos e professores da UFRJ dizem que foram hostilizados e barrados em bloqueio em Barra Mansa


Alunos sendo filmados por manifestantes e seguindo a pé na rodovia depois de serem hostilizados | Imagem: Reprodução/Redes sociais

Alunos e professores do curso de geologia, da UFRJ, denunciam que tiveram o ônibus barrado em um bloqueio de manifestantes bolsonaristas na cidade de Barra Mansa, nesta segunda-feira (31).


Eles seguiam para um trabalho de campo na cidade de Uberaba, em Minas Gerais, e chegaram a ter esperança de passar no bloqueio, quando os manifestantes liberaram ônibus e carros de passeio. No entanto, ao verem o símbolo da Universidade Federal do Rio de Janeiro no veículo e constatarem que ele carregava estudantes, impediram a passagem e começaram a hostilizar seus ocupantes.


“Eles começaram a cercar o ônibus, passavam filmando, depois um homem começou a circular carregando um pau com uma bandeira, e fomos sentindo que o clima estava muito ruim”, contou um estudante do 4º período, que pediu para não ser identificado.


O estudante contou ao g1 que os professores que estavam conduzindo o trabalho de campo desceram e tentaram negociar a passagem do ônibus da universidade com os manifestantes e policiais, mas não tiveram sucesso.


Com o clima hostil, decidiram retirar os mais de 30 alunos local e levá-los para um hotel em segurança até que a liberação fosse conseguida.


Em nota, a Reitoria da UFRJ confirmou a situação e lamentou a postura da Polícia Rodoviária Federal, que não "se esmerou" para que os estudantes fosse liberados e pudessem continuar a viagem.


Confira:

"Nesta segunda-feira, 31/10, um ônibus e uma van que levavam cerca de três docentes, 30 estudantes do Instituto de Geociências da UFRJ e quatro motoristas foram bloqueados e obrigados a permanecer retidos na Rodovia Presidente Dutra, em Barra Mansa (RJ). Os veículos transportavam o grupo para um trabalho de campo com destino a Uberaba (MG). Eles foram interceptados por caminhoneiros manifestantes apoiadores do candidato derrotado, que se posicionam contra o resultado das eleições presidenciais realizadas no último domingo, 30/10.


Para minimizar a obstaculização e proteger a vida do grupo, os professores orientaram os estudantes a se dividirem em grupos e se encaminharem até o hotel mais próximo, portando apenas as roupas do corpo e documentos. Durante o caminho, os estudantes foram xingados, filmados, ameaçados e hostilizados pelos manifestantes, que impediram o direito constitucional de ir e vir.


A Reitoria repudia veementemente o bloqueio e a hostilização protagonizados pelos manifestantes que impossibilitaram os estudantes de prosseguir viagem de pesquisa acadêmica. Além disso, nos solidarizamos com cada discente, docente, motorista e seus familiares. Além dos sucessivos bloqueios orçamentários que a UFRJ atravessou por todo o ano de 2022 levando a um estado de penúria financeira, ter, agora, que encarar bloqueios terrestres que impedem o livre tráfego para produzir pesquisas é surpreendente para uma instituição centenária como a UFRJ.


A Reitoria da UFRJ lamenta, ainda, a postura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que, para não criar conflito com os caminhoneiros manifestantes, não se esmerou inicialmente para que a comunidade acadêmica da UFRJ ali representada pudesse ter o direito a estudar e prosseguisse com sua viagem de trabalho de campo.


Caso os estudantes e professores não sejam liberados até terça-feira, 1º/11, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, irá pessoalmente ao local do bloqueio para diálogo e intercessão junto à PRF para que haja liberação pacífica e imediata do tráfego para minimização dos prejuízos causados à comunidade acadêmica e liberdade do fazer acadêmico. A Reitoria e a Prefeitura Universitária acompanham o caso.


A UFRJ não permitirá que seus estudantes, professores e funcionários sejam ultrajados e hostilizados e com anuência de outros entes do Poder Executivo. Vivemos em uma República. A Universidade não se calará e não permitirá que ataques sucessivos à comunidade acadêmica continuem em marcha contra a educação e a democracia, nem tampouco compactuaremos com discursos de ódio e ataques antidemocráticos. Seguimos lutando e acreditando na ciência e na educação de qualidade como rota para um Brasil melhor, como acontece em todo país verdadeiramente independente e desenvolvido."


Fonte: g1



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