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Ala do governo prefere prorrogação do Auxílio Emergencial à criação do Auxílio Brasil


o Auxílio Emergencial pagava um benefício também para 22 milhões de pessoas classificadas pelo Ministério da Economia como invisíveis. | Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil.

Uma ala do governo Bolsonaro prefere a prorrogação do Auxílio Emergencial e não se importaria com uma eventual derrota da PEC dos Precatórios.


Aprovada em primeiro turno na Câmara na madrugada desta quinta-feira (04), com uma margem apertada, a PEC viabilizaria o pagamento do Auxílio Brasil.

Segundo assessores presidenciais, a vitória apertada no primeiro turno já foi um ganho para o Palácio do Planalto. Agora, uma derrota do segundo turno seria usada pelo governo para dizer que a oposição decidiu votar contra o Auxílio Brasil e que, por isso, não restou outro caminho ao presidente Bolsonaro a não ser prorrogar o Auxílio Emergencial, que vigorou até outubro.

Essa ala do governo defende que o Auxílio Emergencial seja prorrogado atendendo o mesmo público que ele vinha beneficiando.

Além dos beneficiários do Bolsa Família, o Auxílio Emergencial pagava um benefício também para 22 milhões de pessoas classificadas pelo Ministério da Economia como invisíveis, porque não estavam em nenhum cadastro social e precisam de uma ajuda do Estado para se manter. Esse público ficaria fora do Auxílio Brasil.

Com isso, justificam esses auxiliares do presidente, o público beneficiado seria maior e o governo não deixaria ao relento esses 22 milhões de pessoas. O cálculo, porém, também é político. Atendendo a mais famílias, os dividendos políticos para o presidente Bolsonaro também seriam maiores.


Cenário para o segundo turno da votação


O governo, diante da vitória apertada, avalia que pode haver uma derrota no segundo turno, principalmente porque haverá, a partir de agora, uma pressão para que deputados da oposição, que votaram a favor da PEC dos Precatórios, mudem seus votos.


O PDT é o principal exemplo. O pré-candidato do partido, Ciro Gomes, já avisou que suspendeu temporariamente sua candidatura esperando que os pedetistas que votaram a favor da proposta do governo alterem seus votos.


Sem os 15 votos do PDT, o governo não teria conseguido aprovar a PEC dos Precatórios, aprovada apenas com quatro votos de margem além dos 308 apoios necessários na Câmara dos Deputados. Haverá também pressão sobre os deputados do PSB, outro partido da oposição que deu votos para a aprovação da PEC.


A possibilidade de prorrogação do Auxílio Emergencial preocupa a equipe econômica, porque o valor do benefício mínimo passaria para R$ 400 e isso elevaria o custo do programa.


O Auxílio Brasil demandaria um orçamento no próximo ano na casa de R$ 81 bilhões. Já o Auxílio Emergencial prorrogado pode superar R$ 100 bilhões. E essas despesas ficariam totalmente fora do teto dos gastos públicos, gerando mais incerteza no mercado.


Fonte: g1

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