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A Revolução Farroupilha e seus danos a na época recém fundada colônia alemã de São Leopoldo


Tela "Fogo no Pasto", de Guido Mondin. Hermann von Salisch está representado montado no quarto cavalo à direita.

Apesar de atualmente celebrada, a Revolução Farroupilha causou grande prejuízo e sofrimento à colônia alemã de São Leopoldo, na época fundada há pouco mais de uma década.

Em 20/9/1835, com a tomada de Porto Alegre pelos revoltosos, os habitantes da colônia viram os dirigentes locais aderindo por completo ao novo governo. Aos que se opunham à revolução, como era o caso do Dr. Hillebrand, coube apenas se refugiar nas picadas.


Já em janeiro de 1836, grupos imperiais começaram a se reunir em Campo Bom para realizar um ataque e libertar Porto Alegre. Bento Gonçalves se dirigiu com suas tropas até a Feitoria, de onde cruzou a Campo Bom e conseguiu desarticular os inimigos e impedir a retomada da capital.


Nessa época, os colonos estavam sofrendo constante assédio para pegarem em armas, em defesa de um ou de outro lado. Há diversos relatos de casas queimadas e famílias inteiras mortas por soldados farroupilhas por terem se recusado a participar das lutas.

Retrado do Pastor Klingelhöffer

Em maio de 1836, colonos fiéis ao Império pegaram em armas para se defender das incursões dos inimigos, liderados pelo Dr. João Daniel Hillebrand. Outros imigrantes optaram por se juntar aos revoltosos. A frente desse segundo grupo, estavam alemães como Hermann Salisch e o Pastor Klingelhöffer.


Com a retomada de Porto Alegre pelos exércitos do Império, em agosto de 1836, as tropas dos farrapos se espalharam pela colônia alemã. Já em setembro, soldados imperiais comandados pelo General Bento Manuel, com auxílio do batalhão alemão de Hillebrand, entraram em São Leopoldo e expulsaram os grupos farroupilhas que ali estavam acampados.


Apesar disso, o conflito continuou no interior da colônia, com choques armados entre diversos grupos, em verdadeiras guerras de guerrilha. Em janeiro de 1837, farrapos falharam em tomar Porto Alegre e sitiaram a cidade, tentando forçar sua rendição. A colônia de São Leopoldo, através do Rio dos Sinos, passou a ser ponto chave para abastecimento da capital na resistência ao cerco. O rio foi guarnecido pela marinha de guerra, composta por barcos armados de canhões, em constante patrulha das águas e margens. Nesse vai e vem de tropas, propriedades foram saqueadas e plantações dos colonos foram destruídas.


Em 1838, ainda com a capital sitiada, Bento Gonçalves acampou em Montenegro e enviou destacamento para a proximidade de São Leopoldo. Tropas imperiais de Bento Manuel novamente convergiram para São Leopoldo e, ladeadas pelo batalhão alemão do Hillebrand, atacaram a retaguarda dos Farrapos.


Em abril de 1840, os soldados alemães foram atacados em Pareci Novo pelas tropas farroupilhas do general Netto. Por estarem em menor número, o batalhão alemão acabou completamente desarticulado.


Em dezembro, com a marcha dos revolucionários em direção à fronteira, a colônia deixou de ser palco de operações militares. O Cel. Dr. Hillebrand voltou em definitivo à São Leopoldo, assumiu a direção da colônia e tratou de reorganizar os serviços e melhorar as condições da produção agrícola, tão afetada pelo conflito. Muita gente havia fugido e abandonado suas casas. Como forma de trazer o sossego de volta às famílias, Hillebrand negociou com o governo da província a anistia para os colonos envolvidos no lado Farrapo.


Pouco depois do fim da guerra, já em 1846, São Leopoldo teve seu status administrativo elevado, passando a ser uma vila.


Fonte: Museu Histórico Visconde de São Leopoldo

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