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Foto do escritorAmanda Wolff

38ª Feira do Livro de São Leopoldo celebra a cultura, incentiva a leitura e acredita na transformação da cidade

Imagem: Lisandro Lorenzoni/ PMSL.

A 38ª Feira do Livro Ramiro Frota Barcelos de São Leopoldo tem sido um marco importante para a cidade, marcada por sua relevância cultural e pelo impacto significativo na vida dos moradores, especialmente após as recentes adversidades climáticas. Com uma programação rica e variada, o evento reflete o esforço conjunto entre a Secretaria de Educação (Smed) e a Secretaria de Cultura (Secult), e conta com uma curadoria literária cuidadosamente planejada para promover a literatura e incentivar, em especial, a leitura entre crianças e adolescentes.


A secretária de Educação, Renata de Matos, destaca o simbolismo de realizar a feira após os desafios enfrentados pela cidade. "É um momento mágico, principalmente pensando na história recente, que a cidade até passou pelo evento climático", disse Renata. Para ela, o evento vai além da venda de livros. "É sobre ressignificar a vida, construir novos horizontes para os jovens e fomentar uma cultura de leitura que está se consolidando ano após ano. A melhoria na qualidade da escolha também foi implementada. Provoca e eles vêm", reforça, ao falar do entusiasmo dos jovens por estarem na feira e interagirem com livros – o que contraria a ideia de que as novas gerações se fixam apenas em telas.


Responsável na Secult pela organização, Leonela Goulart, diretora administrativa da pasta, explica seu papel nos bastidores da organização. "Eu trabalho diretamente na parte da estrutura. Tenho esse cuidado de monitorar tudo para qualificar cada vez mais", diz. Segundo a diretora, cada edição da feira é uma oportunidade de aperfeiçoamento. "Do ano passado para cá, já tivemos várias modificações assertivas", afirma, destacando o empenho da equipe em criar um ambiente acolhedor para as crianças e jovens.


Leonela ainda celebra o envolvimento dos estudantes, que não só compram livros, mas criam o hábito de leitura e convivência no espaço da feira. "A gente vê os alunos trocando ideias sobre o livro que compraram, sentando para folhear as obras. Isso é muito gratificante", compartilha.


A feira, uma das maiores do Rio Grande do Sul, tem papel fundamental como parte do Programa São Léo Mais Livros, que tem como objetivo democratizar o acesso à leitura e promover a cadeia produtiva do livro. "Queremos não só construir leitores e leitoras, mas também formar os próximos escritores da cidade", explica Renata. Ela menciona a criação da Câmara Leopoldense do Livro como uma resposta ao crescente interesse pelo desenvolvimento literário local.


A secretária de Educação também traz à tona a importância das bibliotecas escolares, que foram profundamente afetadas pelas recentes chuvas. "O espaço mais sentido pelas escolas foi a biblioteca", diz Renata, lembrando que muitos estudantes perderam seus acervos literários. "Mesmo assim, o programa Vale Livro continua forte, incentivando o hábito de leitura, e as escolas já estão recebendo autores através do projeto LeiturAção, que promove o contato direto entre escritores e estudantes", afirma.


Curadoria qualifica acervo da feira


André Alves, curador literário da feira, enfatiza a importância de qualificar o acervo oferecido pelos livreiros participantes. "Antes, os livreiros traziam muitos livros que eram mais objetos do que literatura. Agora, queremos que as crianças tenham contato com autores nacionais, mulheres, negros e indígenas", afirma. Ele destaca o papel transformador da curadoria, que conseguiu superar resistências iniciais e se consolidar como uma referência.


A programação da feira também contempla autores do Rio Grande do Sul, fortalecendo a territorialidade cultural. André menciona que a Praça 20 de Setembro – conhecida como Praça da Biblioteca –, tornou-se o epicentro cultural de São Leopoldo, atraindo cada vez mais público e consolidando a feira como uma referência estadual.


 A voz dos livreiros


Everton Cidade, proprietário da Gingly, também compartilha sua visão sobre o evento, enfatizando a importância da Feira do Livro para o seu negócio e a conexão com os leitores. "Para a Gingly, é essencial, tanto do ponto de vista econômico, porque a feira se consolidou também como um negócio, quanto pela troca de energia e experiências", explica. Ele destaca a interação com os jovens e adultos que frequentam a feira, ressaltando a troca imediata que ocorre durante esses encontros. "Quando a gente fica mais próximo dos alunos, mais próximo dos adolescentes, dos clientes adultos que vêm no final de semana, é quando a gente consegue fazer uma troca mais automática com eles", garante.


Cidade também relembra um episódio marcante envolvendo um jovem leitor de 12 anos, Luca, que queria comprar o livro "It: A Coisa", de Stephen King, mas estava preocupado com a reação da mãe. "O Luca queria levar o 'It', que é um livro em duas partes que fala sobre adolescência e depois idade adulta. O adolescente se vê ali, e isso desperta a curiosidade. Mas ele estava preocupado que a mãe achasse pesado demais", conta o livreiro.


Ao ser questionado sobre a faixa etária recomendada para o livro, o proprietário da Glingy explica que as obras de Stephen King geralmente são indicadas para maiores de 16 anos, mas reconhece a dificuldade em limitar a curiosidade dos leitores. "Se você é um leitor ávido, você sempre vai querer alguma coisa que você não alcança", afirma. Para ele, a feira proporciona uma oportunidade de orientar esses jovens leitores, ajudando-os a amadurecer na escolha de suas leituras.


Essa edição da feira não apenas celebra a literatura, mas também promove uma transformação cultural duradoura para São Leopoldo, onde o incentivo à leitura se reflete na formação de leitores e escritores do futuro.


Amanda Wolff, da Redação Start

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